A 29ª Parada do Orgulho LGBT+ aconteceu neste domingo (22), na Avenida Paulista, no coração da capital paulista, reunindo milhares de pessoas em uma celebração vibrante da diversidade.
Com 17 trios elétricos e shows de artistas renomados como Pedro Sampaio, Pepita e Banda Uó, o evento foi um marco na luta pelos direitos e reconhecimento da comunidade LGBT+. No entanto, o tema deste ano trouxe à tona questões profundas sobre o envelhecimento na comunidade, destacando os desafios enfrentados pelos idosos LGBT+.
Leia também:
O Tema da Parada 2025: “Envelhecer LGBT+: Memória, Resistência e Futuro”
Este ano, a Parada do Orgulho LGBT+ focou na temática “Envelhecer LGBT+: Memória, Resistência e Futuro”, um tema crucial que visa dar visibilidade aos LGBTs idosos, uma população frequentemente marginalizada. Ao atingir a terceira idade, os membros da comunidade LGBT+ enfrentam problemas como solidão, barreiras no acesso à saúde, escassez de políticas públicas e até mesmo o retorno ao armário, resultado de um histórico de discriminação e estigmatização.
Além de sofrer com o etarismo, os idosos LGBT+ também enfrentam dificuldades com a falta de rede de apoio, o que agrava ainda mais suas condições de vida. Organizada pela Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo (APOLGBT-SP), a Parada deste ano celebrou as vidas daqueles que resistiram ao preconceito, à repressão e à violência ao longo dos anos.
Dados Importantes sobre a População LGBT+ no Brasil

De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019, realizada pelo IBGE, cerca de 2,9 milhões de pessoas se declararam homossexuais ou bissexuais no Brasil, representando 1,8% da população adulta. Essa pesquisa foi a primeira a investigar, de forma experimental, a orientação sexual dos brasileiros, levantando dados importantes sobre a realidade da comunidade LGBT+ no país.
O estudo revelou que, entre os adultos brasileiros, 94,8% se identificaram como heterossexuais, enquanto 1,2% se declararam homossexuais e 0,7% como bissexuais. Além disso, 1,1% das pessoas não sabiam sua orientação sexual, e 2,3% preferiram não responder.
Desafios Enfrentados pela Comunidade LGBT+ Idosa
Além das estatísticas gerais sobre orientação sexual, é importante destacar a situação dos LGBTs idosos, que, apesar de sua resistência histórica, enfrentam desafios específicos. A falta de políticas públicas voltadas para esse grupo torna a qualidade de vida dos LGBTs mais velhos ainda mais difícil, principalmente no que diz respeito à saúde e ao bem-estar.
Outro dado relevante é a população carcerária LGBT+ no Brasil. Segundo a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), o estado de São Paulo registra uma população carcerária de 7.292 pessoas LGBT+. Mesmo com iniciativas prisionais voltadas para a ressocialização dos detentos LGBT+, ao serem libertados, esses indivíduos enfrentam uma realidade difícil, marcada pelo preconceito duplicado, além de um completo apagamento social.
Conclusão: A Luta Continua
A 29ª Parada do Orgulho LGBT+ não foi apenas uma celebração, mas também uma reflexão sobre os desafios persistentes enfrentados pelos membros mais velhos da comunidade LGBT+. Em um momento de grande visibilidade e resistência, é fundamental que a sociedade como um todo amplie o debate sobre as questões que afetam os LGBTs idosos, garantindo que eles tenham acesso a políticas públicas, apoio social e, principalmente, o respeito que merecem.
A luta por direitos e inclusão continua, e é responsabilidade de todos garantir um futuro mais justo e acolhedor para toda a comunidade LGBT+, independentemente da idade.